Os meus desabafos

Relatos de uma tonta

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Monday, October 16, 2006

Ser escritor


Ser escritor é viver ao ritmo do coração, do mesmo modo que um pescador vive ao ritmo das marés.
É mais forte que a nossa vontade: vem, marca presença e não nos larga enquanto não fazemos os seus desejos.
Se faltamos ás suas vontades perdemos um pouco da nossa alma.
Essa parte perdida é consumida pelo veneno da falta de sentimento e nos consome de tal modo que nos sentimos perdidos perante este cenário de inconsciência insana.
Nesses momentos necessitamos de renascer, de buscar a nossa força em paragens distantes, se necessário: tudo o que nos faça voltar aos sentimentos do passado, integrado no presente, olhando para o futuro.
O escritor de corpo e alma só se casa com o seu trabalho, os seus filhos são as obras que escreve e cada sentimento que sente é descrito de forma intensa nas linhas que escreve.
Ser escritor é isto: ser levado pelo vento da manhã para lugares distantes e voltar pela madrugada ao consciente presente.

Direito ao voto – Direito á resposta


A nós que nos deram o direito incontestável de votar, porque nos negamos a tal acto?
Só aqueles cuja memória conserva as visões perturbantes do passado ou quem teve algum familiar/conhecido ligado de alguma forma a algum acontecimento violento fazem questão de manifestar o seu ponto de vista nas mesas de voto.
Ou então quem tem conceitos de democracia mais avançados e um espírito idealista.
Porque não usamos o nosso direito correctamente?
Desse modo já não teríamos razões para nos queixar.
Ao menos poderíamos dizer com orgulho:

- Eu votei neste candidato porque ele nos prometeu que a nossa vida ia melhorar. Mas, em vez disso, piorou.
Como tal, tendo ele falhado nas funções que nos garantiu tendo todo o direito de me manifestar o meu desagrado e de exigir ou a sua demissão ou o cumprimento das suas promessas em falta.

Ao menos teríamos razões concretas e validáveis para nos manifestar.
Agora isto de fazer-mos greves e protestos, mandar-mos uns gritinhos que mais parecem o berro de uma criança com falta de carinho (tal não é a falta de força de voz que têm estas pessoas) não nos vais ajudar em nada.
Não sei se será apenas do povo português ou se existe mais algum povo á face da Terra com este tipo de temperamento nas manifestações.
Em França, cada vez que há uma manifestação está para começar uma guerra civil.
O mesmo se passa em Espanha (aquele vizinho invejado). Quem não se lembra das manifestações dos camionistas espanhóis?
Só em Portugal vivemos nesta agonia de descrença, inveja e falta de vontade.
Quando é que ergueremos os olhos para o céu e veremos o nosso país lá no alto?
Quando é que despertaremos deste sono vadio e veremos as nossas verdadeiras forças, as nossas verdadeiras capacidades?
Quando é que veremos as qualidades do nosso país do mesmo modo que os emigrantes e os investidores o vêem?
Quando aprenderemos que manifestarmo-nos de forma fraca contra as decisões injustas das empresas e fábricas não nos levaram a lado nenhum, pelo contrário, tirar-nos-ão o emprego?
Se querem fazer greve, então façam-na á séria!!!
A greve não serve para ir passear, serve para lutar pelos nossos direitos!!!
A greve é uma forma de luta, de guerra!
Se vocês fossem para a guerra e se deparassem com o inimigo a apontar-vos uma arma à cabeça a uma distância considerável, isso deter-vos-ia ou dar-vos-ia forças para, pelo menos, disparar de maneira certeira?
Eu sei o que faria...

Tuesday, October 10, 2006

Definição da vida e da morte



A morte é um destino cruel, imparável.
É um caminho imperdoável e insuperável.
Mas antes que ela nos alcance temos o dever de deixar a nossa marca.
Amar quem nos ama, respeitar quem nos respeita.
Nunca odiar ou seremos duplamente odiados.
Devemos sempre fazer o bem, manter a paz.
Porém, por vezes, tal não é possível.
Mas, mesmo assim, deveremos tentar fazer o melhor para que a paz e a alegria renasçam.
O que pode vir depois não importa, tudo o resto é ar, é o vento que vem e que passa.
Se honramos quem nos honra seremos lembrados para todo o sempre.
Se falhamos uma única vez e não nos desculpamos o nosso nome será retirado das páginas de história, não sendo recordado com bondade nem por quem nos sucede.

Monday, October 09, 2006

Casar ou juntar? Já fiz a minha escolha!


Porque nos incitam desde pequenos a casar, como se fosse uma obrigação?
Vivemos uma tão doce liberdade, porque insistem em nos prender?
Porque, falando figuramente, o casamento é como a roupa.

Sigam o meu raciocínio:

Toda a nossa vida estivemos nus, mas nunca nos sentimos mal com isso. Sentíamos o vento a bater no nosso corpo e a chuva a gelar-nos, mas nunca adoecemos.
Até que um dia vemos pela primeira vez uma peça de roupa:
um casaco.









Vestimo-lo, sentimo-nos bem com ele.
Assim se passa muito tempo, até que começamos a encontrar mais peças de roupa. E mais. E mais.
Até que estamos completamente vestidos.









Sentimo-nos bem, pela primeira vez sentimo-nos quentes.
Antes, para estarmos quentes, tinhamos de trabalhar bastante.
Passam-se anos e a roupa começa a romper-se.
Voltamos a sentir o frio de outrora.
Mas, desta vez, adoecemos.
Lá nos tentamos remediar e a doença passa.
Os anos passam e a roupa tem cada vez mais buracos.
E a doença volta também, cada vez mais difícil de curar.
Até ao dia em que a roupa não passa de um trapo e a doença já não é curável.
Assim é um casamento, ao fim de vários anos de convivência decretada pela sociedade em que vivemos (o que é certo aos olhos dos outros).


Agora vamos ver esta história de outra forma.

Sempre vivemos nus, até ao dia em que encontramos uma peça de roupa:
um casaco.
Vestimo-lo, sentimo-nos bem.
Mas está um dia de calor, não temos necessidade de andar com ele.
Por isso guardamos o casaco.
Nesse mesmo dia faz frio.
Voltamos para trás, para irmos buscar esse casaco. Mas quando chegamos lá já está calor outra vez.
Pelo sim, pelo não levamo-lo connosco.
Não volta a fazer frio no resto do dia mas não voltamos atrás para o guardar.
Mais tarde encontramos mais peças de roupa.
Vestimo-las, mas sentimo-nos demasiado quentes.
Mas em vez de as deixarmos ali levamo-las connosco.
Quando vêm os dias mais frios vestimos essa roupa.
Mas quando faz calor andamos nus. Embora andemos sempre com o casaco atrás, para o caso de fazer frio.
Encontramos mais peças de roupa, de outros géneros e outras cores.
Mas não temos necessidades delas, já temos o necessário.
Com a primeira roupa que encontramos já não passaremos frio.


Assim eu vejo uma relação.
Não é necessário se casar, mesmo que tenhamos encontrado a pessoa ideal.
Basta-nos ser sempre leal e verdadeiro para com essa pessoa.
E essa relação poderá durar mais do que se pensava.